O que é uma convulsão?

As convulsões são uma das alterações neurológicas mais comuns e são causadas por alterações momentâneas da função cerebral. Nos episódios generalizados, o animal normalmente cai para o lado, apresenta rigidez muscular e/ou movimentos de “pedalar”. É também frequente salivarem, urinarem e defecarem.

As convulsões parciais afetam normalmente apenas uma zona do corpo e têm muitas vezes o aspeto de um “tique” ou tremor. É comum que os episódios ocorram em momentos de transição de atividade cerebral, como adormecer, acordar ou momentos de excitação.

É possível que o seu animal apresente alterações antes da convulsão e depois do episódio, nomeadamente desorientação, desequilíbrio e diminuição da resposta a estímulos.

Cuidados a ter durante uma convulsão

O mais importante é manter a calma. Apesar de a convulsão, só por si, não ser uma condição dolorosa, deverá ter atenção para tentar evitar que o seu animal caia de forma desamparada ou se magoe em algum objeto. Não deverá tentar colocar os dedos ou qualquer objeto na boca do seu companheiro para tentar evitar que ele “engula a língua”, uma vez que esta situação não ocorre em cães nem gatos e poderá resultar em lesões sérias para o animal e/ou para o tutor.

Um episódio isolado dificilmente representará risco de vida para o animal, mas vários ataques em poucos minutos ou episódios muito longos podem ter consequências graves. Nesses casos, deverá levar ao seu companheiro ao veterinário imediatamente.

O meu animal será epilético?

Entre as causas mais comuns de convulsão, destacam-se:

  • Ingestão de tóxicos
  • Doença hepática
  • Doença renal
  • Traumatismo cranioencefálico
  • Hipo/hiperglicemia
  • Neoplasia
  • Epilepsia idiopática

Esta última é, de facto, a causa mais comum de convulsões, mas a sua origem e mecanismos ainda não estão completamente compreendidos. Existem raças com uma predisposição genética, como o Pastor Alemão, o Border Collie, o Golden Retriever, o Labrador Retriever. No entanto, a epilepsia pode afetar qualquer animal, independentemente da sua raça.

A epilepsia é um diagnóstico de exclusão, uma vez que não existe um teste diagnóstico que nos permita a confirmação com 100% de certeza. Assim, é necessário considerar todas as outras possibilidades antes de podermos afirmar, com elevado grau de certeza, que o seu animal é epilético. É imprescindível a realização de exames como ecografia, hemograma, bioquímica e TAC ou ressonância magnética

Tratamento

Caso o seu animal seja epilético, o tratamento passará pela administração de um ou vários fármacos anticonvulsivos. Este tipo de tratamento tem de ser individualizado e ponderado juntamente com o seu médico veterinário, uma vez que nem todos os animais respondem da mesma forma. Deverá sempre seguir as indicações do seu veterinário e nunca parar a medicação, mesmo que o seu companheiro já não tenha episódios convulsivos há algum tempo.

Quando a causa da convulsão é outra, o tratamento deve ser direcionado para essa mesma causa, ainda que a administração de anticonvulsivos possa ser necessária.

Se o seu animal já teve uma convulsão, poderá ter novo episódio no futuro. Por isso, deverá ter sempre medicação apropriada e receitada pelo seu médico veterinário, que deverá aplicar assim que o seu animal iniciar a convulsão. Após esta ação, deve contactar o seu médico veterinário.

 

Se tem um animal epilético ou já presenciou alguma convulsão na sua mascote, por favor, entre em contacto connosco para que possamos efetuar o diagnóstico e propor a solução de tratamento mais adequada. Proteja a saúde do seu pequenote e fale connosco para esclarecer todas as suas dúvidas.

Poderá contactar-nos para saber mais informações ou agendar consulta através do 935 450 515 ou por mensagem nas nossas redes sociais de Facebook e Instagram.

 

Artigo escrito pelo médico veterinário Diogo Cardoso do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+

Diogo Cardoso